Oi amigos/as e fãs deste espaço. Sim, tem um tempão que não publico nada. Eu sei. Acho que estou no vácuo da criação ou algo do tipo. Bem, não importa. Desta vez, também NÃO SOU EU quem vai escrever. Esta é uma carta, que minha querida amiga Nana Calimeris escreveu para uma pessoa querida, em homenagem ao SETEMBRO AMARELO. Leiam, compartilhem e divulguem...Desde já agradeço, Escritor Solitário.
"Querida pessoa,
provavelmente, neste momento, você pode
estar encarando o céu e nem as estrelas nem o sol e nem um céu azul é
capaz de aliviar qualquer coisa, não é? Parece que tudo ficou cinza. A
vida perdeu a cor e não faz sentido existir. Todos sumiram. Muitos
disseram que você deveria olhar para o sofrimento alheio. Afinal, você,
talvez, tenha casa e comida na mesa, não é? Você deve estar se
perguntando agora: Por que ninguém entende que esta dor que sinto não
tem a ver com ninguém além de mim? Chega uma hora que cansa explicar e a
solidão passa a ser uma constante. Para que manter as pessoas próximas
se ninguém é capaz de olhar dentro do meu peito vazio?
A verdade é que você não sente mais nada, não é? Nem tristeza. Nem alegria. As lágrimas secaram. O corpo é um saco de ossos, que carrega músculos, tendões, ligamentos e carne e perdura em pensamentos angustiantes. O tempo não passam. Segundos se tornam horas perpétuas. A vida ficou estagnada, não é? O que se há de fazer neste mundo? A sensação de inutilidade parece ser tão premente, tão justa e tão perfeita. Quem é você diante destes que realizam feitos tão heroicos?
Ninguém sabe que o ato de levantar da cama já é um ato de heroísmo por si só. Ninguém sabe que abrir a boca para dizer oi custa uma energia que você não tem. E o que dizer da dificuldade de se encontrar um bom médico? Que dizer da impossibilidade de encontrar quem tenha compaixão? Dá vontade de se jogar em cima de um carro. Dá vontade de bater o carro. Dá vontade de pular da ponte. Dá vontade de, simplesmente, parar de existir, não é? A dor precisa parar e a gente não sabe como fazer. Não dá para arrancar isso do peito.Não dá para fazer com que o mundo pare. Às vezes, não dá para nos afastarmos de quem nos faz mal também.
Às vezes, você passou por inúmeros abusos e aguentou em silêncios porque não tinha com quem falar. Às vezes, você fala sem pensar e machuca quem você ama. E dói! Às vezes, a vida é apenas um ácido que corrói a conta-gotas e parece que a única solução possível é uma: matar-se! Não há alternativas. Às vezes, sobrevivemos e a pergunta que não cala é: para quê?
Eu sei que você está no inferno e, se ele existe, minha querida pessoa, não é quando morremos. Eu sei onde você está e eu sei o quanto é solitário. O que eu quero dizer é: eu entendo porque eu já estive aí. Às vezes, eu tenho a sensação de ter me arrastado para fora do inferno e ter deixado um pedaço da alma aí! No entanto, quero que saiba que eu gostaria de segurar sua mão, de abraçar seu corpo, oferecer meu colo para quando o mundo pesar, quando parecer que ninguém se importa com você porque dói e é como ter o corpo em carne viva a todo instante.
Saiba que você não está só, que eu e outras tantas pessoas nos calamos pela vergonha de nosso desejo de, um dia (ou não), termos querido tirar nossas próprias vidas. Parece que é o ato mais impuro que um ser humano pode cometer, um ato julgado para sempre e jamais perdoado. No entanto, nós nos sentimos pesados para os outros e acreditamos que os que amamos e que nos amam estariam melhor entre nós. Penso sempre na carta de Virginia Woolf para seu marido.
Gostaria de dizer que quero conversar com você, estender a mão ou, talvez, sentar ao seu lado em silêncio deixando que os nossos olhares falem por nós. Às vezes, é tudo que é preciso.Tudo que posso dizer é que somos muitos e você não está só! Se esta carta chegou até você, saiba que em minhas preces estou torcendo por você, desejando que você consiga chegar ao ponto de se encontrar e não se abandonar, de que encontrou aquela réstia de esperança ínfima... porque você é um pedaço de todos nós!
A verdade é que você não sente mais nada, não é? Nem tristeza. Nem alegria. As lágrimas secaram. O corpo é um saco de ossos, que carrega músculos, tendões, ligamentos e carne e perdura em pensamentos angustiantes. O tempo não passam. Segundos se tornam horas perpétuas. A vida ficou estagnada, não é? O que se há de fazer neste mundo? A sensação de inutilidade parece ser tão premente, tão justa e tão perfeita. Quem é você diante destes que realizam feitos tão heroicos?
Ninguém sabe que o ato de levantar da cama já é um ato de heroísmo por si só. Ninguém sabe que abrir a boca para dizer oi custa uma energia que você não tem. E o que dizer da dificuldade de se encontrar um bom médico? Que dizer da impossibilidade de encontrar quem tenha compaixão? Dá vontade de se jogar em cima de um carro. Dá vontade de bater o carro. Dá vontade de pular da ponte. Dá vontade de, simplesmente, parar de existir, não é? A dor precisa parar e a gente não sabe como fazer. Não dá para arrancar isso do peito.Não dá para fazer com que o mundo pare. Às vezes, não dá para nos afastarmos de quem nos faz mal também.
Às vezes, você passou por inúmeros abusos e aguentou em silêncios porque não tinha com quem falar. Às vezes, você fala sem pensar e machuca quem você ama. E dói! Às vezes, a vida é apenas um ácido que corrói a conta-gotas e parece que a única solução possível é uma: matar-se! Não há alternativas. Às vezes, sobrevivemos e a pergunta que não cala é: para quê?
Eu sei que você está no inferno e, se ele existe, minha querida pessoa, não é quando morremos. Eu sei onde você está e eu sei o quanto é solitário. O que eu quero dizer é: eu entendo porque eu já estive aí. Às vezes, eu tenho a sensação de ter me arrastado para fora do inferno e ter deixado um pedaço da alma aí! No entanto, quero que saiba que eu gostaria de segurar sua mão, de abraçar seu corpo, oferecer meu colo para quando o mundo pesar, quando parecer que ninguém se importa com você porque dói e é como ter o corpo em carne viva a todo instante.
Saiba que você não está só, que eu e outras tantas pessoas nos calamos pela vergonha de nosso desejo de, um dia (ou não), termos querido tirar nossas próprias vidas. Parece que é o ato mais impuro que um ser humano pode cometer, um ato julgado para sempre e jamais perdoado. No entanto, nós nos sentimos pesados para os outros e acreditamos que os que amamos e que nos amam estariam melhor entre nós. Penso sempre na carta de Virginia Woolf para seu marido.
Gostaria de dizer que quero conversar com você, estender a mão ou, talvez, sentar ao seu lado em silêncio deixando que os nossos olhares falem por nós. Às vezes, é tudo que é preciso.Tudo que posso dizer é que somos muitos e você não está só! Se esta carta chegou até você, saiba que em minhas preces estou torcendo por você, desejando que você consiga chegar ao ponto de se encontrar e não se abandonar, de que encontrou aquela réstia de esperança ínfima... porque você é um pedaço de todos nós!
Com amor e carinho profundos,
Nana Calimeris"
Nana Calimeris"